Publicado em 25 de fevereiro de 2016, às 07h19
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75 anos de FPF
1943: Leônidas conduz novo São Paulo ao título quando a moeda 'caiu em pé'
Faltam 73 dias para a grande decisão do Paulistão Itaipava 2016; conheça a história de 1943

Fruto de uma série de fusões entre clubes da cidade ao longo dos anos, o São Paulo Futebol Clube custou a consolidar-se enfrentando diversos problemas financeiros e políticos até meados da década de 1930. Em 1935 houve o que o clube chama de ressurreição e, nos anos seguintes, contou com a ajuda de um ídolo nacional para conquistar títulos e passar a ser um dos clubes mais fortes do país: Leônidas da Silva.

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Embora bastante conturbado politicamente, o São Paulo sempre foi um time forte, seja antes da ressurreição, ou depois. O título conquistado em 1931 e os bons desempenhos nos anos seguintes, conseguindo alguns vice-campeonatos demonstram essa força. Ao mesmo tempo, Leônidas da Silva era o grande nome do futebol brasileiro na década de 1930, destaque do Brasil e artilheiro na Copa do Mundo de 1938 na França. Ambos vão se unir e ser importantes concomitantemente em suas histórias.

Já perto dos 30 anos quando foi contratado pelo São Paulo em 1942 por 200 contos de réis na transação mais cara da história do futebol sul-americano até então, um dos melhores jogadores do mundo estava, de certa forma, desacreditado e encontrava um clube em ascensão, precisando de um ídolo para comandar seu crescimento em campo. A combinação foi perfeita e foram cinco títulos paulistas em sete anos.

No primeiro, em 1943, que mantinha a fórmula de disputa dos anos anteriores, o São Paulo teve os rivais Corinthians e Palmeiras como grandes concorrentes ao título. Dirigentes dos rivais, aliás, diziam que um título tricolor naquela temporada seria o mesmo que, numa disputa de cara e coroa, a moeda cair em pé. E caiu. Decidido na última rodada e com o trio de ferro ainda com chances de ser campeão.

São Paulo com 32 pontos, enfrentaria o rival Palmeiras, que tinha 30, enquanto o Corinthians, também com 30, enfrentava o Ypiranga. Caso Corinthians e Palmeiras vencessem suas partidas, todos empatariam com os mesmos 32 pontos e um triangular decidiria a competição. O time do Parque São Jorge fez a sua parte ao vencer a equipe do bairro do Ipiranga por 3 a 0. Mas, no Pacaembu, o clássico ficou empatado sem gols, o que garantiu o título tricolor.

Na campanha, destaque para goleadas na Portuguesa Santista (8x1 e 9x0); e Santos (6x1 e 4x1), além da boa sequência de 14 jogos sem perder entre a sétima e última rodada da competição, numa arrancada que garantiu a conquista. Leônidas, o Diamante Negro, fez 15 dos 20 jogos da campanha do título e marcou 16 gols.

Campanha do título

20J 15V 3E 2D 63GM 22GS 41SG

21/03/1943 São Paulo 4 x 1 Comercial (SP)
27/03/1943 São Paulo 1 x 2 Ypiranga
04/04/1943 São Paulo 5 x 1 SP Railway
11/04/1943 São Paulo 4 x 3 Jabaquara
18/04/1943 São Paulo 1 x 1 Portuguesa
02/05/1943 São Paulo 1 x 2 Corinthians
08/05/1943 São Paulo 1 x 1 Juventus
16/05/1943 São Paulo 6 x 1 Santos
23/05/1943 São Paulo 8 x 1 Port. Santista
13/06/1943 Palmeiras 1 x 2 São Paulo
04/07/1943 São Paulo 2 x 1 SP Railway
18/07/1943 Comercial (SP) 1 x 2 São Paulo
24/07/1943 Jabaquara 2 x 3 São Paulo
01/08/1943 São Paulo 2 x 1 Ypiranga
08/08/1943 São Paulo 3 x 0 Portuguesa
14/08/1943 São Paulo 9 x 0 Port. Santista
22/08/1943 São Paulo 3 x 2 Juventus
05/09/1943 São Paulo 2 x 0 Corinthians
12/09/1943 Santos 1 x 4 São Paulo
03/10/1943 São Paulo 0 x 0 Palmeiras

Jogo do título

São Paulo 0x0 Palmeiras

Local: Estádio Municipal do Pacaembu;
Data: 03 de outubro de 1943;
Público: 42.143 pessoas;
Renda: CR$ 522.577,00;
Árbitro: Carlos de Oliveira Monteiro, o Tijolo;

São Paulo: King; Piolin e Virgílio; Zezé Procópio, Zarzur e Noronha; Luizinho, Sastre, Leônidas da Silva, Remo e Pardal.
Técnico: Jorge de Lima, o Joreca.

Palmeiras: Oberdan; Junqueira e Oswaldo; Brandão, Og Moreira e Dacunto; Caxambu, Gonzalez, Cabeção, Viladoniga e Canhotinho.
Técnico: Armando Del Debbio

Números do campeonato

Jogos: 110
Gols marcados: 499
Média: 4,53 gols por partida
Artilheiro: Mario Milani, do Corinthians, 20 gols
Melhor ataque: Corinthians, 73 gols marcados
Melhor defesa: Palmeiras, 20 gols sofridos
Pior ataque: Jabaquara, 30 gols marcados
Pior defesa: Portuguesa Santista, 83 gols sofridos
Público pagante: 1.120.806 pessoas
Média de público por jogo: 10.189
Jogo com maior público: São Paulo x Palmeiras, 03/10, 42.143 pessoas