Falhou o plano da FPF em ter cada vez menos times na elite do Campeonato Paulista, já que a Lei do Acesso provocou novas confusões antes de iniciar a competição. Desta maneira, o torneio teria 18 equipes e seria dividido em duas etapas. Para fins de estatísticas, consideramos apenas os jogos que valeram, de fato, o título da competição que ficaria com o Santos no seu primeiro bicampeonato na história.

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Paralelamente ao título paulista, outro fato importante aconteceu no Litoral Paulista. A chegada de um garoto negro e mirrado, vindo do interior para mudar o futebol brasileiro e mundial: Pelé. Levado por Waldemar de Brito até a Vila Belmiro, o garoto só estrearia em uma partida oficial em 1957, mas desde os primeiros passos em campo já impressionava a todos do clube, que contava com um bom elenco.

Pelé tornou-se o ‘Rei do Futebol’ e pode agradecer a coroação aos bons companheiros que teve nas duas décadas que esteve no Santos. Quando chegou, em 1956, o time santista era o atual campeão paulista e havia vencido, meses antes do bicampeonato estadual, uma versão internacional do Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Além disso, com 24 jogos sem derrota, o alvinegro de Vila Belmiro tomou para si a posse da ‘Taça dos Invictos’ no dia 28 de outubro, após derrotar o São Paulo por 2 a 0. Praticamente um mês depois, porém, em 2 de dezembro, o Corinthians, que interrompera a sequência santista em 11 de novembro, seria o novo dono do troféu com 25 jogos de invencibilidade.

Antigo dono da taça, o tricolor foi quem brigou com os santistas pelo título que teve momentos emocionantes na reta final e após a fase regular da competição. Além deste jogo que valia a taça simbólica, mas muito valorizada na época, os rivais fizeram outra partida memorável por um fato lamentável. Desta vez com vitória do São Paulo por 3 a 1, Vasconcelos, meia santista, fraturou o fêmur ainda no primeiro tempo. Mais tarde, essa lesão é que vai proporcionar a Pelé ter oportunidade no time titular.

Por fim, o grande jogo entre as equipes foi a final da competição, prevista caso dois clubes empatassem em pontos ao final do campeonato. Após vencer o Palmeiras por 5 a 3 na última rodada, o tricolor precisava apenas de um empate entre Santos e Corinthians no Pacaembu no dia seguinte. Mas, o Santos saiu de campo vitorioso e empatou em pontos com o São Paulo no módulo azul.

Mesmo com a melhor campanha, a partida final aconteceu na capital paulista, no estádio do Pacaembu e os são-paulinos desceram para o vestiário vencendo por 2 a 1. Na segunda etapa, porém, o Santos marcou três vezes, virou o placar e sagrou-se bicampeão paulista.

Campanha do título*

19J 16V 0E 3D 47GM 20GS 27SG

03/10/1956 Santos 3 x 0 XV de Piracicaba
07/10/1956 XV de Jaú 1 x 2 Santos
14/10/1956 São Bento (SCS) 2 x 5 Santos
18/10/1956 Portuguesa 1 x 2 Santos
24/10/1956 Santos 2 x 1 Palmeiras
28/10/1956 São Paulo 0 x 2 Santos
01/11/1956 Taubaté 0 x 3 Santos
04/11/1956 Santos 2 x 1 Juventus
11/11/1956 Santos 0 x 4 Corinthians
18/11/1956 Santos 3 x 0 XV de Jaú
25/11/1956 XV de Piracicaba 1 x 3 Santos
28/11/1956 Juventus 0 x 1 Santos
02/12/1956 Santos 3 x 0 Portuguesa
05/12/1956 Santos 4 x 0 Taubaté
09/12/1956 Santos 1 x 3 São Paulo
12/12/1956 Santos 4 x 1 São Bento (SCS)
22/12/1956 Palmeiras 2 x 1 Santos
29/12/1956 Corinthians 1 x 2 Santos

Final

03/01/1957 Santos 4 x 2 São Paulo

Jogo do título

Santos 4x2 São Paulo

Local: Estádio Municipal do Pacaembu;
Data: 03 de janeiro de 1957;
Público: 51.600;
Renda: Cr$ 2.580.560,00;
Árbitro: Erwin Hieger (ING)
Gols: Zezinho 8’, Feijó 20’ e Zezinho 42’ do 1º T; Tite 11’, Del Vecchio 23’ e 34’ do 2ºT;

Santos: Manga; Wilson e Feijó; Ramiro, Formiga e Zito; Tite, Jair Rosa Pinto, Pagão, Del Vecchio e Pepe.
Técnico: Lula.

São Paulo: Bonelli; Clélio e Mauro; Sarará, Vitor e Alfredo; Maurinho, Zezinho, Gino, Dino Sani e Canhoteiro.
Técnico: Vicente Feola.

Números do campeonato*

Jogos: 91
Gols marcados: 339
Média: 3,72 gols por jogo
Artilheiro: Zezinho, do São Paulo, 16 gols
Melhor ataque: São Paulo, 56 gols marcados
Pior ataque: Portuguesa, XV de Jaú e Taubaté, 23 gols marcados
Melhor defesa: Santos, 20 gols sofridos
Pior defesa: XV de Piracicaba, 46 gols sofridos
Público pagante: 796.614 pessoas
Média de público por jogo: 8.754
Jogo de maior público: Corinthians x São Paulo, 01/12/55, 64.233 pessoas

*Considerados apenas os jogos do módulo azul, que valia o título.