Publicado em 28 de março de 2016, às 07h00
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75 anos de FPF
1975: Melhor time, São Paulo supera a Portuguesa nos pênaltis e ergue a taça
Faltam 42 dias para a grande decisão do Paulistão Itaipava; confira a história do torneio de 1975

Para esta temporada o campeonato paulista teria mudanças drásticas em sua fórmula de disputa e na quantidade de participantes. Agora seriam 19 equipes no certame, em uma fórmula um tanto quanto confusa e conturbada. Iniciado em março, o campeonato só acabou em agosto e teve final emocionante com a Portuguesa novamente disputando a taça nos pênaltis, mas desta vez contra o São Paulo, em pleno estádio do Morumbi.

Com 19 equipes na disputa, o Paulistão de 1975 seria disputado em três fases. Na primeira, todos se enfrentariam em turno único e o campeão estaria garantido na decisão do título. Na segunda fase, houve a divisão de dois grupos, com dez no A e outros nove no B. Nesta etapa as equipes enfrentavam os oponentes da outra chave, sem confrontos diretos para definir a classificação dos três times que estariam garantidos na terceira fase. O campeão do hexagonal - terceira fase - seria o outro finalista da competição.

Na fase mais longa da competição, o São Paulo se destacou e conseguiu a classificação para a final do campeonato com 33 pontos, contra 27 do Corinthians, segundo colocado. O time tricolor comandado por José Poy terminou essa fase invicto, com 15 vitórias e três empates em 18 jogos.

Na segunda fase, mais curta, o América de São José do Rio Preto foi a grande surpresa garantindo vaga no hexagonal ficando em segundo do Grupo B, à frente do Corinthians e atrás do São Paulo, que obteve a melhor campanha também nesta fase, ainda invicto na competição. Quem liderou o Grupo A foi a Portuguesa, seguida do Palmeiras e do Santos. Essas seis equipes se enfrentariam em turno único para definir o outro finalista da competição.

Com apenas cinco rodadas, a definição do outro finalista foi bastante equilibrada e conturbada. Quando Tatá, da Portuguesa, marcou aos 7 minutos do segundo tempo o gol de empate contra o América, foi armada a confusão. Os jogadores do time interiorano acusavam que Wilsinho havia feito falta em seu goleiro, Luís Antônio. O auxiliar também teria sinalizado a falta, mas o árbitro Roberto Nunes Morgado ignorou a ajuda e confirmou o gol. Indignados, o elenco do América recusou-se a dar reinicio à partida, que foi dada por encerrada.

A discussão foi parar no TJD da FPF e apesar dos protestos dos americanos, ficou definida a vitória da Portuguesa por 1 a 0. Este resultado levou a equipe do Canindé aos seis pontos, contra quatro de Santos, São Paulo e Corinthians, que ainda tinham chances. A decisão do campeão desta fase, que decidiria o título com o tricolor se daria no saldo de gols. Caso o São Paulo vencesse seria o campeão, mas para isso, precisava de gols.

No dia 10 de agosto de 1975 foi marcada uma rodada tripla no estádio do Morumbi. América e Palmeiras, já sem chances, se enfrentaram às 13h30; Corinthians e São Paulo às 15h30; enquanto Santos e Portuguesa às 17h30. O São Paulo saiu vencedor do confronto com o Corinthians por 2 a 1, resultado insuficiente, já que ficava com apenas um gol de saldo, contra quatro da Portuguesa. Mais tarde, o Santos venceria a Lusa por 1 a 0, também insuficiente, já que também foi a um gol de saldo, contra três da rubro verde. Com mais vitórias e mais gols que o rival, faltou apenas mais um tento para o time da Vila Belmiro chegar à decisão.

E como também faltou muito pouco para o São Paulo já ser campeão, Santos e São Paulo resolveram discutir novamente a posição de finalista da Portuguesa. O time do Morumbi protestara contra o critério de saldo de gols que levava em consideração somente a última fase, e não o campeonato todo. Já o Santos queria a anulação do jogo entre Portuguesa e América, o que custaria dois pontos ao time do Canindé e a vaga santista na final.

Mas, nada disso aconteceu e a Portuguesa foi confirmada finalista do Paulistão diante do São Paulo. Na primeira partida, vitória do melhor time do campeonato, o São Paulo, por 1 a 0. Mas a Portuguesa estava determinada a ser novamente campeã e venceu a segunda partida, também por 1 a 0. Após empate sem gols na prorrogação, a decisão foi para os pênaltis.

E assim como em 1973 o time lusitano se mostrou ineficiente neste tipo de lance. Tatá, Dicá e Wilsinho perderam suas cobranças, enquanto o São Paulo marcou três vezes com Pedro Rocha, Serginho e Chicão para ficar com a taça.

Campanha do título

34J 26V 6E 2D 60GM 16GS 44SG

1º turno

02/03/1975 São Paulo 4 x 0 Paulista
05/03/1975 Comercial 0 x 2 São Paulo
08/03/1975 São Paulo 4 x 0 Ferroviária
16/03/1975 São Paulo 0 x 0 Guarani
19/03/1975 São Paulo 2 x 1 Marília
23/03/1975 América 0 x 1 São Paulo
29/03/1975 Corinthians 0 x 2 São Paulo
05/04/1975 São Paulo 1 x 0 XV de Novembro (Piracicaba)
13/04/1975 Portuguesa 0 x 0 São Paulo
16/04/1975 Portuguesa Santista 0 x 1 São Paulo
20/04/1975 Ponte Preta 1 x 2 São Paulo
23/04/1975 Botafogo 0 x 1 São Paulo
26/04/1975 São Paulo 3 x 2 Juventus
04/05/1975 São Paulo 2 x 0 Santos
07/05/1975 São Paulo 2 x 1 São Bento
10/05/1975 Saad 0 x 1 São Paulo
18/05/1975 Noroeste 0 x 0 São Paulo
25/05/1975 São Paulo 1 x 0 Palmeiras

2º turno

29/05/1975 São Paulo 3 x 0 Portuguesa Santista
01/06/1975 Marília 1 x 3 São Paulo
08/06/1975 Portuguesa 1 x 1 São Paulo
15/06/1975 Paulista 0 x 1 São Paulo
25/06/1975 São Paulo 3 x 0 São Bento
29/06/1975 São Paulo 1 x 0 Santos
05/07/1975 São Paulo 3 x 1 Comercial
10/07/1975 São Paulo 5 x 0 Noroeste
13/07/1975 Botafogo 2 x 4 São Paulo
20/07/1975 Palmeiras 1 x 1 São Paulo

Hexagonal

27/07/1975 São Paulo 1 x 1 Portuguesa
30/07/1975 América 0 x 1 São Paulo
03/08/1975 São Paulo 0 x 0 Palmeiras
07/08/1975 Santos 2 x 1 São Paulo
10/08/1975 São Paulo 2 x 1 Corinthians

Finais

14/08/1975 São Paulo 1 x 0 Portuguesa
17/08/1975 Portuguesa 1 x 0 São Paulo (Prorrogação: 0 x 0; Pênaltis: 0 x 3)

Jogo do título

Portuguesa 1x0 São Paulo, 0x3 nos pênaltis

Local: Estádio Cícero Pompeu de Toledo, Morumbi;
Data: 17 de agosto de 1975;
Público: 57.137;
Renda: Cr$ 1.268.735,00;
Árbitro: Dulcidio Vanderlei Boschilia;
Expulsão: Muricy (São Paulo);
Gol: Enéas, 31’ do 1ºT;

Portuguesa: Zecão; Cardoso, Mendes, Calegari e Santos; Badeco e Dicá; Carlos Alberto, Enéas, Tatá e Wilsinho.
Técnico: Oto Glória.

São Paulo: Waldir Peres; Nelson, Paranhos, Samuel e Gilberto; Chicão, Pedro Rocha e Terto; Muricy, Serginho e Zé Carlos Serrão (Silva).
Técnico: Poy.

Números do campeonato

Jogos: 298
Gols marcados: 621
Média: 2,08 gols por partida
Artilheiros: Serginho, do São Paulo, 22 gols
Melhor ataque: São Paulo, 60 gols marcados
Melhor defesa: São Paulo, 16 gols sofridos
Pior ataque: Noroeste, 16 gols marcados
Pior defesa: Botafogo, 49 gols sofridos
Público pagante: 2.485.320 pessoas
Média de público por jogo: 8.340
Renda total: Cr$ 24.503.331,00
Jogo de maior público: rodada dupla em 27/07 com Santos x Palmeiras e São Paulo x Portuguesa, no Morumbi: 78.239