Publicado em 14 de abril de 2016, às 07h05
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75 anos de FPF
1992: Bicampeão paulista, São Paulo faz história ao ganhar América e o Mundo
Faltam 25 dias para a grande decisão do Paulistão Itaipava; confira a história do torneio de 1992

Ainda com 28 equipes na disputa pelo título, a federação manteve a fórmula de módulos para esta temporada, mudando, porém, poucas coisas no critério de classificação. Bicampeão paulista, o São Paulo teve um ano fantástico com conquistas históricas na América e no Mundo ao passo que o rival Palmeiras dava início ao projeto que findaria sua fila de títulos.

Divididos em dois grupos com 14 equipes onde todos se enfrentariam dentro do grupo em turno e returno, a principal diferença do ano passado para este no regulamento é que seis equipes do Grupo Verde e apenas duas do Grupo Amarelo, se classificariam. No anterior passavam cinco da chave mais forte e três da considerada mais fraca.

Vivendo um jejum de títulos que já durava 15 anos, o Palmeiras iniciava um novo tempo, com a cogestão do futebol dividida com a Parmalat, empresa italiana de laticínios que se aventurava no esporte. Evair e César Sampaio já haviam chegado no ano anterior, enquanto Mazinho e Zinho estreavam na equipe este ano, iniciando a formação da base que faria história nos anos seguintes.

Quem continuava a fazer história era o São Paulo, vice campeão brasileiro em 1989 e 1990, campeão em 1991, quando também ganhou o Paulista, o time comandado por Telê Santana conquistou em julho a inédita Taça Libertadores da América ao vencer os argentinos do Newell’s Old Boys, nos pênaltis. Desde o Santos de Pelé, nenhuma equipe paulista havia conquistado novamente o torneio continental que o credenciava a disputar o Mundial de Clubes com o Barcelona, em decisão marcada para 13 de dezembro.

Antes, o tricolor tinha a disputa do campeonato paulista. De volta ao grupo das melhores equipes onde disputaria novamente os clássicos, o time manteve o bom aproveitamento do ano anterior sendo o líder com 36 pontos, três à frente do Palmeiras, o segundo colocado. Seguidos de Corinthians, Santos, Portuguesa e Guarani, essas seis equipes se juntariam à Ponte Preta e ao Mogi Mirim na disputa pelos quadrangulares semifinais.

Sob o comando de Osvaldo Alvarez, o Vadão, o Mogi Mirim apresentou ao futebol brasileiro uma nova concepção de jogo, inspirado na Holanda de 1974 e que ficou conhecido como ‘Carrossel Caipira’. Um dos principais destaques deste time, Rivaldo foi jogar no Corinthians, depois no Palmeiras antes de rumar à Espanha onde seria eleito o melhor jogador do Mundo com a camisa do Barcelona em 1999, além de ser destaque do Brasil nas Copas do Mundo de 1998 e 2002, quando da conquista do pentacampeonato.

No Paulistão, o time de Vadão ficou no Grupo 2, liderado pelo Palmeiras que se garantia na decisão do campeonato ao vencer o próprio Mogi Mirim por 2 a 0 na penúltima rodada, com oito pontos. Do Grupo 1 vinha o embalado São Paulo que tinha um ponto de bonificação, mas não precisou, pois somara 11 pontos de 12 possíveis com cinco vitórias e um empate.

Entre 5 e 20 dezembro o São Paulo teria três jogos importantíssimos e quase 40 mil quilômetros a percorrer para fazer história.

Num sábado, 5 de dezembro, Palmeiras e São Paulo iniciaram a disputa do título paulista no Morumbi. Cafu marcou para o tricolor, Daniel empatou para o alviverde, Raí recolocou o time da casa na frente e Zinho tornou a empatar o confronto. Aos 35 e aos 49 minutos do segundo tempo, Raí marcou mais duas vezes, fechando o placar em 4 a 2.

No domingo seguinte, dia 13, o time de Telê Santana já estava longe, em Tóquio, no Japão, para enfrentar o favorito Barcelona. Hristo Stoichkov abriu o placar aos 12 minutos da primeira etapa com um golaço, mas Raí, sempre ele, seria novamente decisivo aos marcar duas vezes. O primeiro de barriga, ainda aos 27 minutos do primeiro tempo; e o segundo, já na etapa final, aos 34, em cobrança magistral de falta.

De volta ao Brasil, nos braços da torcida são-paulina, o domingo do dia 20 era dia de confirmar a já encaminhada conquista do Paulistão e fazer festa. Muller marcou aos 24 do primeiro e Toninho Cerezo aos 15 minutos do segundo tempo. Zinho ainda diminuiu o placar para o Palmeiras inutilmente.

Campanha do título

34J 21V 9E 4D 63GM 29GS 34SG

1ª fase

12/07/1992 Juventus 1 x 1 São Paulo
19/07/1992 São Paulo 3 x 3 Ituano
26/07/1992 Noroeste 0 x 1 São Paulo
30/07/1992 Botafogo 1 x 1 São Paulo
02/08/1992 São Paulo 1 x 1 Bragantino
05/08/1992 Inter de Limeira 0 x 1 São Paulo
09/08/1992 São Paulo 1 x 0 Palmeiras
20/08/1992 Guarani 0 x 0 São Paulo
23/08/1992 São Paulo 2 x 1 Portuguesa
02/09/1992 São Paulo 5 x 2 Santo André
05/09/1992 Santos 3 x 2 São Paulo
09/09/1992 São Paulo 1 x 0 Sãocarlense
13/09/1992 Corinthians 0 x 1 São Paulo
20/09/1992 São Paulo 0 x 0 Santos
23/09/1992 São Paulo 1 x 0 Botafogo
27/09/1992 Santo André 1 x 1 São Paulo
01/10/1992 São Paulo 3 x 0 Inter de Limeira
04/10/1992 São Paulo 3 x 0 Corinthians
07/10/1992 Sãocarlense 0 x 2 São Paulo
11/10/1992 Portuguesa 2 x 2 São Paulo
15/10/1992 São Paulo 6 x 0 Noroeste
18/10/1992 Bragantino 1 x 0 São Paulo
22/10/1992 São Paulo 2 x 0 Juventus
25/10/1992 São Paulo 2 x 1 Guarani
29/10/1992 Ituano 2 x 1 São Paulo
01/11/1992 Palmeiras 3 x 0 São Paulo

2ª fase

07/11/1992 Portuguesa 0 x 2 São Paulo
11/11/1992 Santos 0 x 3 São Paulo
14/11/1992 São Paulo 4 x 2 Ponte Preta
18/11/1992 São Paulo 2 x 1 Santos
21/11/1992 Ponte Preta 0 x 0 São Paulo
28/11/1992 São Paulo 3 x 1 Portuguesa

Final

05/12/1992 São Paulo 4 x 2 Palmeiras
20/12/1992 São Paulo 2 x 1 Palmeiras

Jogo do título

São Paulo 2x1 Palmeiras

Local: Estádio Cícero Pompeu de Toledo, Morumbi;
Data: 20 de dezembro de 1992;
Público: 110.887 pagantes;
Renda: Cr$ 5.218.000.000,00;
Árbitro: José Aparecido de Oliveira;
Gols: Muller 24’ do 1ºT; Toninho Cerezo 15’ e Zinho 45’ do 2ºT;

São Paulo: Zetti; Vitor, (Valber), Adilson, Ronaldão e Ronaldo Luís; Pintado, Toninho Cerezo (Dinho), Raí e Cafu; Muller e Palhinha.
Técnico: Telê Santana.

Palmeiras: Cesar; Mazinho, Toninho, Edinho Baiano e Dida; César Sampaio, Daniel (Maurílio) e Cuca (Carlinhos); Jean Carlo, Evair e Zinho.
Técnico: Otacílio Gonçalves.

Números do campeonato

Jogos: 384
Gols marcados: 881
Média: 2,29 gols por jogo
Artilheiro: Valber, do Mogi Mirim, 17 gols
Melhor ataque: São Paulo, 63 gols marcados
Pior ataque: Catanduvense, 09 gols marcados
Melhor defesa: Rio Branco, 20 gols sofridos
Pior defesa: XV de Jaú, 50 gols sofridos
Público total: 2.711.539 pessoas
Média de público por jogo: 6.953
Total da renda bruta: Cr$ 40.390.202.500,00
Média de renda por jogo: Cr$ 103.564.622,00